Com o dólar alto, cada erro de planejamento vira prejuízo. Comprar moeda extrangeira na véspera da viagem, esquecer de calcular as taxas, deixar as passagens para a última hora… Tudo isso pode fazer sua viagem custar mais.
A diferença entre uma viagem tranquila e um orçamento estourado está em como você monta o roteiro, escolhe as datas e paga cada etapa com inteligência.
O problema não é o dólar alto. É não saber o que dá para controlar mesmo quando ele tá nas alturas.
Como economizar na compra de dólares para viagem internacional?
Não tente adivinhar o dia em que o dólar turismo vai cair. Você vai errar. Quase todo mundo erra.
O dólar é volátil. Em 2023, por exemplo, o dólar oscilou de aproximadamente R$ 4,73 a R$ 5,48, segundo dados do site Exchange-Rates.org (uma variação de cerca de 16% no ano).
Quem comprou tudo de uma vez, pagou caro. Então, o que fazer?
Compre aos poucos. A cada mês, a cada semana, conforme seu orçamento permite.
É o famoso “custo médio”, ou DCA cambial (a mesma tática que investidores usam na bolsa).
Por exemplo, se você quer fazer uma viagem internacional daqui a 6 meses e precisa de US$ 1.200, compre US$ 200 por mês.
O câmbio vai variar, mas o risco de pagar caro em toda a conversão diminui.
Outra vantagem: você evita o erro clássico de deixar tudo para a semana do embarque.
Quando o câmbio está alto, até a passagem aérea parece barata perto do valor do dólar.
Quer mais uma dica? Se for usar cartão internacional, use com moderação. O IOF cobrado é maior do que nas compras de moeda em espécie ou nos cartões pré-pagos.
Por isso, comprar moeda física ou pré-pago costuma ser mais vantajoso.
Quanto dinheiro levar em espécie e quanto usar no cartão?
Na viagem, levar tudo em dinheiro vivo não é prático e nem seguro. Mas depender só do cartão também pode dar susto na fatura.
A resposta? Misturar os meios, com parcimônia.
Dinheiro em espécie é insubstituível em certos momentos. Dá para pagar o táxi que não aceita cartão, comprar um pastel na feira ou resolver uma gorjeta sem drama.
E tem um bônus: o câmbio é aquele da hora da compra. Nada de surpresas no futuro.
Mas andar com muito dólar no bolso? Só se você quiser transformar a viagem num esporte radical.
A Receita Federal exige declaração se você sair do Brasil com mais de R$10 mil em espécie (e isso vale pra qualquer moeda).
Os cartões pré-pagos, tipo travel money, são bons aliados. Você carrega com antecedência, trava a cotação e controla tudo pelo app.
É como andar com uma conta separada só para viagem, e sem risco de estourar a fatura sem perceber. Serve bem pra quem gosta de controle.
Já o cartão de crédito internacional entra como reserva de conveniência. Útil para hotel, aluguel de carro, emergências.
Mas é bom lembrar: o valor final só aparece no fechamento da fatura, com IOF e tudo.
Dica: leve um pouco de cada. O dinheiro físico resolve o básico, o pré-pago organiza o dia a dia, e o cartão fica guardado para o que for inevitável.
Viagem boa é aquela em que você volta com história, e não com dívida.

Onde comprar dólar turismo com melhor cotação?
Sites como Melhor Câmbio e Câmbio Store comparam as cotações de dezenas de casas de câmbio em tempo real. Algumas até permitem negociar direto pelo app.
E serviços como Wise, Remessa Online e BeeCâmbio permitem fazer transferência para sua conta no exterior (se tiver) ou comprar moeda e receber em casa.
Com o dólar alto, essa concorrência virou sua melhor amiga.
Mas, atenção: muita gente se prende ao “valor do dólar” sem olhar o custo total.
Por exemplo, um lugar pode ter a cotação baixa, mas a taxa de entrega e IOF podem ser piores.
O que interessa é o valor final da conversão (com tudo incluso).
Então compare sempre o custo total, não só o número bonito na vitrine.
Dica prática: evite converter no aeroporto. A cotação é quase sempre pior, e as taxas, mais altas.
E como economizar na passagem aérea mesmo com o dólar caro?
Quando o dólar sobe, parece que tudo fica mais caro (e fica mesmo).
Mas com passagem aérea dá para jogar com o sistema:
Use milhas e pontos com inteligência
Se você tem pontos acumulados em cartão ou programa de milhagem, esse é o momento de usar.
E não é só pra “viajar de graça”, é para escapar da conversão.
Com a moeda americana alta, resgatar passagens com milhas (em tabelas fixas) pode economizar o equivalente a milhares de reais.
Uma emissão de ida e volta para a Europa na classe econômica pode custar entre 60.000 e 80.000 pontos em programas como o LATAM Pass ou TudoAzul.
No cartão, isso pode sair por R$5.000 ou mais. Não é mágica, é estratégia.
Pague em moeda local, se a companhia permitir
Nem todo mundo sabe, mas algumas companhias estrangeiras (como a Air France, Lufthansa ou TAP Air Portugal) permitem que você compre direto no site internacional e pague na moeda local, como euro ou dólar americano.
É importante ver se seu cartão não cobra taxa extra por compra internacional. Mas, se não cobrar, essa tática funciona muito bem.
Entre no continente por um aeroporto mais barato
Toda cidade grande tem “porte de entrada” mais caro. Paris, Londres e Amsterdã costumam ter tarifas mais altas do que Lisboa, Madri ou Roma.
E a diferença não é só de mapa: é de imposto e de demanda.
Em uma pesquisa no Google Flights para o mesmo período, voar para Madri custava em média R$ 1.200 a menos do que para Amsterdã.
E a Iberia ainda dava franquia de bagagem incluída, enquanto outras cobravam à parte.
A ideia aqui é simples: entre onde for mais barato e depois se locomova com trem ou companhia aérea low cost (como a Ryanair ou a EasyJet).
Seja flexível, mas com foco
Você já ouviu isso antes: “voe na terça”, “compre com antecedência”, “use alertas de preço”.
Tudo isso funciona, mas quando o dólar está alto, o mais importante é foco no custo total em reais, e não só no valor da passagem.
Por exemplo, se um voo barato parte de uma cidade distante, pense no deslocamento até lá.
Ou, se tem uma promoção em moeda estrangeira, calcule o IOF e o spread do cartão.
Muitas vezes o barato sai caro, ou pior: vem com taxa escondida.
Pacotes de viagem valem a pena quando o dólar está alto?
Em tempos de dólar alto, o apelo do pacote fechado é simples: pagar tudo em real, parcelado, e parar de sofrer com a cotação.
E, dependendo do destino e do seu perfil, pode ser uma boa jogada.
Quando você compra um pacote com uma operadora, o valor já vem travado em real, e isso protege seu bolso das variações cambiais.
Outro ponto importante: grandes operadoras negociam em volume. Isso significa que conseguem tarifas de hotéis e passagens aéreas muito melhores do que você conseguiria direto no site.
Mas é preciso lembrar que um pacote costuma ter itinerário engessado, hotel pré-definido e pouca margem para ajustes.
E, às vezes, o preço final engana, porque não inclui transfer, seguro, taxas locais, nem aquela “taxa de resort” que aparece só no check-in.
Dica: pacote fechado faz sentido para quem quer praticidade, previsibilidade e não quer virar especialista em logística de viagem.
Principalmente em destinos populares e em alta temporada, quando os preços sobem e a competição por vaga aumenta.
Mas se você gosta de montar roteiro, caçar promoções e ter liberdade total, comprar tudo separado ainda pode sair mais barato (desde que o dólar colabore).

